Na intrincada dança política brasileira, Flávio Dino emerge mais uma vez como uma peça central. Seu protagonismo se iniciou no Ministério da Justiça, com seu excelente relacionamento com a imprensa e embates com figuras do bolsonarismo em audiências no Congresso. Agora o ex-governador do Maranhão articula nos bastidores do Senado para ter sua nomeação ao Supremo Tribunal Federal (STF) aprovada.
Alas do petismo veem a indicação de Dino para o STF como uma estratégia para neutralizar sua candidatura presidencial. O PT também tentará pressionar Lula para indicar um petista para assumir a difícil missão de comandar a pasta.
Vejo a ida do Dino para o Ministério como um passo importante para sua ambição de disputar as eleições presidenciais. É impossível ignorar o crescente índice de rejeição do governo Lula. 95% dos operadores do mercado financeiro dizem não confiar em Lula, afirma pesquisa Quaest. Segundo o PoderData, a desaprovação do governo (45%) se aproxima da aprovação (48%). No Congresso não é diferente: o terceiro mandato de Lula (quinto do PT) é o que menos aprova projetos desde o governo Collor.
Permanecer como Ministro da Justiça em um Brasil marcado por escaladas de violência é uma bomba que poucos políticos desejam segurar. A violência, historicamente enraizada, exige políticas de longo prazo, e Dino ficaria, por pouco mais de três anos, diante da tarefa hercúlea de lidar com um problema que vai além da sua gestão.
A rejeição crescente ao governo Lula, somada à complexidade do desafio de lidar com a justiça em um país violento, fazem cada movimento de Dino ainda mais significativo. Vamos acompanhar os próximos passos.
Rodolpho Dalmo é Consultor Político Pleno, com mais de 9 anos de experiência, com passagens diretas e indiretas em mais de 120 campanhas, mandatos, partidos e instituições, em todas as esferas políticas. Possui conhecimento aprofundado do cenário político e das melhores práticas para promover uma campanha de sucesso.